quinta-feira, 18 de julho de 2013

Morfossintáxe

Escrever, verbo, infinitivo. Infinito em possibilidades. Ainda assim, tão simples, com a pequena intenção de registrar algo em papel ou, nesse caso, no computador, na nuvem, no céu escuro embaixo de alguma geleira. Palavra por palavra, registra-se, ou por um lado mais metafórico, registro-me. Combinações precárias de 26 letras ordenadas em grupos e galeras e multidões, formando assim um texto. Ou, abre aspas, um pretexto, fecha aspas. Colocar-se pra fora ou aprofundar-se olhando pra dentro de si. Ver o invisível que se perde no ar da fala e emudecer o som díspar das vozes dos homens, para dar lugar ao belo som de dentro de nós. - Aquela voz interior que lê os livros para você, sabe - . Voz de mãe e pai juntos, falando enquanto a mente sonolenta sorve o espesso caldo dessa sopa de letrinhas que chamamos de alfabeto. Escrever. Ato contínuo e viciante. Droga que expõe o imaginário ao mundo real e que, se acumulada por muito tempo, explode pra dentro causando febre e ansiedade. Dá falta de ar. 

Libertar-se enfim. Escrever é libertar-se. 

Como é limitado quem vive de dicionários.

Um comentário:

  1. !!!
    gostoso demais ler isso aqui, moço.
    inclusive nessa tarde tão fria
    obrigada

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