sexta-feira, 28 de agosto de 2009

De uns tempos pra cá

De uns tempos pra cá
os móveis, a geladeira
o fogão, a enceradeira
a pia, o rodo, a pá
coisas que eu quis comprar
deu vontade de vender
e ficar só com você
isso de uns tempos pra cá

De uns tempos pra cá
o carro, a casa, o som
tv, vídeo, livros, bom...
o que em tese faz um lar
admito eu quis comprar
começo a me arrepender
pra ficar só com você
isso de uns tempos pra cá

Coisas são só coisas
servem só pra tropeçar
têm seu brilho no começo
mas se viro pelo avesso
são fardo pra carregar

De uns tempos pra cá
o pufe, a escrivaninha
sabe a mesa da cozinha?
lençóis, louça e o sofá
não precisa se alterar
pensei em me desfazer
pra ficar só com você
isso de uns tempos pra cá

De uns tempos pra cá
telefone, bicicleta
minhas saídas mais secretas
tô pensando em deixar
dê no que tiver que dar
seu amor me basta ter
pra ficar só com você
isso de uns tempos pra cá

Coisas são só coisas
servem só pra tropeçar
têm seu brilho no começo
mas se viro pelo avesso
são fardo pra carregar

Chico César

Costumes

Continuo acordando cedo
Vivendo o que não quero
Pensando em meu futuro

Continuo caminhando
Mesmo que doam os pés
Mesmo que o mundo acabe

Continuo caindo,
Por falta de equilibrio moral
Mesmo tendo acabado de levantar

Continuo no escuro
Mesmo com as luzes acesas
Mesmo com o sol ardendo em minha cara

Continuo escrevendo
Mesmo que ninguém leia
Mesmo que ninguém entenda

Continuo tentando voar
Sem ao menos ter asas
Porque que o solo só tem me machucado

Continuo tentando
Continuo gemendo
Continuo gritando
Continuo sóbrio

E continuo
E continuo

E canso de continuar
Paro

...

Com os olhos ja cansados eu busco
Busco uma solução
Ao menos uma explicação
Ao menos UM motivo
Do porque eu continuo
Sem ao menos ter razão

Existe coisa pior do que continuar sem razão?
Existe coisa pior do que dar razões para não continuar?

Desisto de pensar
E continuo.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Sorria

E as pessoas sorriram porque estava tudo bem.
Comigo também.
E a vida foi interrompida por um sopro de alegria.
E a rotina foi desafiada pela arte.
E a inércia perdeu a força com aqueles palhaços.
Os simples palhaços com seus simples gestos.
Fizeram sorrir o rosto mais sério.
E fizeram lembrar a infancia do mais velho.
Rodopiaram, jogaram balões, brincaram com seus chapéus.
Esqueceram de comer.
Mas abraçaram a todos.
No final, tomaram cerveja.
Lembrando que atrás de cada maquiagem, existia um ser humano.
Que bebe.
E sorri.
Como todos os outros.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Amor e carinho

-Amor, volta pra mim!
-...
-Por favor, amor. Eu te imploro. Preciso de você.
-...
-(ajoelhando-se) Você não entende. Predoe os meus erros. Eu não sei viver sem ter você. Preciso do seu amor.
-...
-Preciso do seu carinho, do seu toque, do seu calor!
-hum..
-O que foi?
-Precisa de carinho?
-(chorando) Sim!
-Precisa de toque?
-Sim! Sim!
-Precisa de calor?
-Sim! Por favor, sim!
-Então compre um vibrador que esquente, sua puta!

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Sem nome

Ela insiste em se tratar por "ela". Que mania é essa de escrever em terceira pessoa? Pronunciar (ou escrever) o próprio nome é algo tão absurdo assim? Acho melhor não a chamar pelo nome também, então. Vai ver não gosta, preferia chamar Maria ou Aline. Vai saber. Isso me faz pensar que eu não sei o nome dela. Vai ver chama mesmo Maria ou Aline e na verdade queria se chamar joana. Ah! Que confusão. Melhor chamá-la de "ela". Nossa, acho que entendi. Que loucura com nomes próprios... ou com o próprio nome...

Acho melhor ir dormir, senhor Filippe.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Bop diron

"Participo sendo um mistério do planeta". Que loucura! Vou mesmo, andando pelos cantos, leis, encontros. Como pode dizer tanto sobre mim sem me conhecer? Triste pensar que somos todos iguais. Quantas pessoas já ouvi dizendo que essa música é dela, ou dele, ou dos dois? E a melodia segue fazendo sentido. Mostro como sou, aliás, me mostram como sou, até então eu não sabia. Fico bobo, balanço a cabeça e no que sigo meu caminho abro um parenteses pra não me esquecer que sou apenas um malandro, um moleque do Brasil. Um moleque do Brasil, que lindo isso. Bop bop diron, bop diron. Esses caras são mesmo fodas. Acaba uma música e começa outra, sem pausa, como é a minha vida esmiuçada pelas letras maravilhosas desses novos baianos, sempre novos. E a menina dança, mesmo que você feche os olhos. Parece loucura estas frases assim, soltas, parecendo não ter sentido, não é? Todos estes "ding dongs" e essa cantoria sem música de fundo. Conseguem entender? Nem eu. Mas eu gosto.

sábado, 8 de agosto de 2009

Tão longe, tão perto

Eu precisava sentir saudade pra me lembrar que estou vivo. Agora, com o peito apertado pela falta que vocês me fazem, eu me sinto morrer por dentro. Mas agora não tem mais volta, a vida me alcançou. Me resta o sentimento de saber que vocês estao aí por mim, me esperando e desejando, mesmo contrariados por isso significar que vou me afastar mais, que eu vá além, que eu supere as expectativas. Não posso estar aí, mas estou, assim como vocês estão aqui, dentro de mim, em cada lágrima, no gosto amargo da falta, na mistura de sentimentos, nos dedos que caminham pelas teclas tentando descrever o sentimento horrível que é escolher estar sozinho quando se tem tanta gente querendo ficar por perto. Vou respirar fundo e seguir em frente de cabeça erguida, com os ombros doídos, o corpo machucado e, o pior de tudo, com a alma cansada de tanto lutar. Tantas palavras pra dizer apenas que eu amo vocês e que vocês fazem uma falta danada. Saudades, saudades, saudades.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Ande comigo

Andando pelas ruas desta cidade percebi o quanto eu penso enquanto caminho. Meio cíclico e obvio isso, não é? Percebi que penso, pensando. O fato é que antes eu caminhava longas distancias acompanhado de alguma música dentro dos meus ouvidos, com o som no máximo pra passar o tempo. Agora passo o tempo de minhas peregrinações pensando. Troquei o som dos fones de ouvido pela música da rua. As buzinas dos carros, as sirenes, recortes de conversas aqui e ali, o som natural do mundo me acompanha. "Estávamos os dois ali quando...", "Sim, adorei!", "Tadinho, tão cedo e já..". Nunca ouvi uma conversa dessas de rua até o fim. Acho que nem as minhas próprias com alguém. Continuo caminhando e a inspiração vem chegando, vem penetrando em minha cabeça com a força do vento que zune em meus ouvidos. Leio anuncios que me bombardeiam com suas imagens com fins lucrativos. Controle das mentes, inclusive da minha. Acho que vou comprar aquele novo shampoo para cabelos oleosos. Depois trato as caspas com algum outro que me aguarda na propaganda da próxima esquina. Caminho pelas construções. Construo minhas caminhadas. Vivo emoções, vejo pessoas, carros, motos, farol, "PARE!", não paro porque não é pra mim. Mais um pouco e pronto. Cheguei.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

A brasileira

É incrível como o mundo afora nos vê. Tanta coisa boa, tantas brasileiras lindas. Mas o que vinga mesmo, são as havaianas.

domingo, 2 de agosto de 2009

Foi bom o ensaio que tivemos hoje. Estava todo o elenco e uma fotógrafa. Veio também um músico nos visitar. "Patrãozinho!" e começou. Foi assim até o fim, com algumas pausas. Muitos cliques fotograficos com direito a pose e tudo no final. A orientadora gostou, então gostamos também. E continuemos ensaiando...

sábado, 1 de agosto de 2009

. . .

Não vou começar apontando seus defeitos. Mas não posso passar reto pelos erros que cometeu recentemente. Gostaria de não ter que xingá-la mas você é uma idiota. Não te passa pela cabeça que as pessoas precisam de explicações? Não te passa pela cabeça que as conversas vieram para ajudar? Uma pena você não ter percebido isso a tempo porque agora todos estão feridos. Machucados até as tripas e você tem culpa nisso. Você tem grande, senão toda, culpa nisso. Aprenda a conviver com isso e aprenda com seus erros. Tenha uma boa vida e por favor, desapareça.