sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Samba de roda

Começa o samba de roda. Canta o atabaque, canta o coro. A voz das mulheres é mais forte, seguindo a rima. É bonito de se ver e, de repente, se participar. Fui empurrado pra dentro graças - a- Deus. Como é bom. Ali, as mãos da diferença se cruzaram com as mãos da mesmice e trocaram de lugar. Ele e ela, ela e ele, olhos nos olhos, pés em movimento sambando. Improvisando o movimento que de antemão não sabia, mas ali no meio fazia de qualquer jeito e ainda assim era bonito, ágil, parecia acreditar mesmo que sambava. Com tempo cheguei a pensar que meus próprios pés sambavam sozinhos e moviam toda aquela terra pra cima como parte da dança. A poeira ia embora e ficava a marca dos pés que ali fizeram marco, fizeram história pra ser lembrada, pra ser contada, pra ser sambada. Nada mais a dizer. Axé!

Um comentário:

  1. Axé! "as mãos da diferença se cruzaram com as mãos da mesmice e trocaram de lugar" .. curti... mas o melhor.. "acreditar mesmo que sambava"... abraço

    ResponderExcluir