Fica o trecho, do mesmo texto: "Camponês! O patrão já não comerá mais da tua pobreza!"
segunda-feira, 10 de outubro de 2011
Ainda Sentados
Fica o trecho, do mesmo texto: "Camponês! O patrão já não comerá mais da tua pobreza!"
quarta-feira, 28 de setembro de 2011
Sentados
segunda-feira, 22 de agosto de 2011
Literatura Quântica
"As primeiras palavras de um homem são um universo de possibilidades. Dali podem surgir outras e outras que formarão frases e parágrafos que por sua vez formarão um texto. Um belo texto. Um texto de merda. Uma história qualquer. Cada palavra falada pode direcionar uma ação pra outro lugar e a vida toda tomar um rumo diferente por isso. Pode-se criar mais do que uma simples história com poucas palavras. Pode-se criar vidas, pessoas, personagens de um mundo imaginário com profundidade psicologica muito mais interessante do que a de seu próprio criador. Das entranhas insanas de um homem aparentemente comum pode existir um infinito de gente louca. Um e tantos. Quem foi que disse que dois corpos nunca ocupam um mesmo lugar no espaço. Os grandes escritores são prova viva de que isso é uma grande mentira! Um e tantos, no mesmo corpo, ocupando o mesmo espaço."
Ele conta com os dedos. Parece ver uma grande idéia em sua frente. O olhar é esperançoso. Volta a escrever na máquina, com vigor, e continua falando:
"Se cada pessoa no mundo criasse um único personagens, teriamos para um mundo tão pequeno o dobro de pessoas que temos hoje. Se subtrairmos as pessoas que não criam nada, ou se criam não demonstram por qualquer motivo, e considerarmos no entanto que existem pessoas que criam mais de um, teremos uma boa quantidade, em média, no final, de pessoas extremamente interessantes que sequer existem! E o pior, você leva o maior papo com eles na sua cama, sozinho a noite. Muitas vezes eles são a sua única e indispensável companhia. Seu único amigo, seu único amor! Você se sente ridículo por isso?"
Ele se lembra de alguma coisa, faz as contas. Escrevendo acelerado ele pondera:
"Bom, toda essa conta pode variar um pouco se considerarmos que existem personagens baseados em alguma pessoa que é real. Ora, mas ele não deixa de ser um personagem também, com projeção na vida real. Ou seria a pessoa real, com projeção no imaginário? Talvez não importe. É como a dualidade partícula - onda de um elétron. É particula ou é onda? Na verdade ele é os dois, é um ser real inserido em outra realidade! Confuso? Não mais do que a mecânica quântica do maldito elétron! Deixe que seja os dois. É homem real em mundo imaginário e é criatura imaginária em mundo real. Começa aqui a teoria da dualidade homem - criatura, ou pessoa - personagem ou... foda-se o nome! Nomes são apenas formalidades. Afinal, definir é limitar, não é mesmo?"
Ele duvida. continua pensando. Está delirando em pensamentos. Escrevendo.
"Isso me faz pensar: e se houver ainda um terceiro estado do homem - criatura - pessoa - personagem? Qual seria? Talvez seja mais simples do que parece. Se existe a criação, inspirada em uma criatura, não nos esqueçamos então do criador. Esse, o terceiro estado do homem, ilimitado e munido de suas palavras, capaz de inventar e reinventar, apagar e refazer, criar e destruir."
Ele está louco. Tem as mãos úmidas de suor enquanto bate forte na máquina de escrever.
"O homem nascido criador não pode dispensar seus dons, não pode abandonar tantas criaturas que ele pode construir. Seria um absurdo, uma falta de compromisso. Mas como? Como? Como criar o tempo todo? É difícil, falta inspiração. É mais do que se pode suportar, é redenção, é não reconhecer a própria vida, é doar-se, é sangrar, é morrer para que o outro possa viver por 590 páginas de uma história que não é a sua. É desesperador. Causa inveja, causa raiva. Por que esta merda de vida que eu escrevo não é a minha? Como eu sou capaz de escrever tantas coisas boas e belas e isso não existir no mundo real. Eu quero desistir, quero parar, quero parar de escrever."
Ele está nervoso e louco. Quase desesperado. Ele bebe, ele fuma, ele escreve, ele fala.
"Não posso. Não devo. Não, não. As pessoas dependem de mim. E a leitura no quarto sozinho? E os amigos e amantes dos pobres coitados? Eles dependem de mim, aliás deles. Da criação, não mais do criador. Da criação. Foda-se o criador. É o fardo. É... este é o maldito fardo, a maldita cruz: não viver, aliás, viver para escrever!"
A máquina bate o final da página. O som o acorda da insanidade. Ele para. Ele observa ao redor. Olha para folha assustado. Arranca a folha da máquina e a coloca contra a luz. A folha está em branco.
"Tanto foi falado e há tanto pra se dizer. Foda é escrever com palavras tão limitadas um pensamento tão complexo e lindo. Quero uma cerveja, um cigarro, um amor na vida. Quero... quero que se foda!"
Ele continua olhando pra folha. Ele quer que o mundo se foda.
domingo, 7 de agosto de 2011
O melhor de Bob Dylan
Ele oferece: - uma dança, minha cara?
-Minha cara? Que careta. Quem dança Bob Dylan?
-No meio de todas essas loucuras, o que você não dançaria? Neste momento, não recusaria nem uma valsa de debutante.
-Eu já debutei há tempos meu "caro", hoje eu labuto pra não dançar mais.
Ele estende a mão e insiste: - uma dança Bob Dyliânica com o caro aqui. Depois disso, curtimos o mundo lá fora, se ele não curtir a gente antes.
-Depende. Tem mais? - oferece a mão a ele.
-Tem, mas pra depois. - puxando -a para si. Agora aproveita o que ja está na sua cabeça... ou vai estar em qualquer minuto.
-Até agora, não senti nada - e explode numa risada insanamente apaixonante.
-Exatamente agora, nessa tua risada, eu senti tudo.
-Então você ja está doidão? Eu devo ser forte pra essas coisas...
-Deve ser.. a certas drogas eu caio de joelhos na primeira risada.
Silêncio.
-Vamos esquecer o mundo. - ela sugere.
-Que mundo? O nosso ou o deles?
-Os dois, criemos um terceiro. Um mundo igualitário, ditatorial, onde todo mundo é obrigado a dançar ao som de Bob Dylan.
-Pensei que você achasse isso loucura.
-Eu acho, mas aqui na loucura, não existe nada mais normal. Um viva a Bob Dylan e a todos que dançam por ele.
-Um brinde.
Brindam copos imaginarios.
Ele continua: - escuta... eu tenho que te falar algo.
-É mesmo necessário?
-Talvez... talvez não.
-Sabe, as vezes as coisas faladas assim, aqui no nosso terceiro mundo - ela ri do próprio trocadilho - podem não ser reais nos outros mundos. No deles, ou no nosso.
-É.. talvez não seja assim tão importante.
Ela afasta o rosto do peito dele e o encara nos olhos.
-Sou curiosa o suficiente pra perguntar uma vez. O que é?
-Deixa, quem sabe outra hora o escritor que nos imagina e fala por nossas bocas crie coragem e escreva em mim o que eu quero lhe dizer.
-É... talvez ele escreva direto em mim mais pra frente nessa nossa história.
-Como assim?
-Certas coisas não precisam ser ditas. Cedo ou tarde ele vai me fazer perceber sóbria algo que eu só percebo assim, inibriada, totalmente aberta aos meus sentimentos.
-Seria mais fácil assim, senhor escritor! - ele fala olhando pra cima.
-Seria mais fácil! - ela grita olhando pra cima também.
Os olhos aos céus se abaixam lentamente e se encaram, observando os céus e viagens astrais um dentro do outro.
-Tão mais fácil... - fala um dos dois.
quarta-feira, 29 de junho de 2011
Do celular
Cara que incrível isso. Postar do celular.
Tão incrível quanto inútil.
Pensa escrever um texto inteiro, decente, supondo que escrevo textos decentes, no mini teclado de um celular?
E de fato é bem difícil. Me esforcei um pouco a mais aqui só pra confirmar isso.
Adeus. To voltando pras minhas teclas de verdade...
sexta-feira, 27 de maio de 2011
Eu te amo Che Guevara
segunda-feira, 23 de maio de 2011
A maldição do dia de cão
Entramos naquela lanchonete a mais ou menos um mês. Estávamos suados e fedidos e enfrentamos o olhar de muita gente desocupada. Bando de filhos da puta sem educação. Eles provavelmente pensavam isso de nós também. Eu vestia pouca roupa, o clima ainda estava quente nesta maldita cidade. Aqui, se enfrenta as quatro estações em um único dia. Provavelmente naquele mesmo dia, ao cair da tarde, passamos frio com o vento cortante das ruas mortas deste lugar. Enfim, ela vestia menos roupas do que eu, o que provavelmente foi o maior motivo de tanta gente nos olhando. Sim, ela era incrivelmente gostosa. Eu, como sempre, feio de dar inveja ao diabo.
Uma garçonete rechonchuda veio nos atender. Nos mostrou algumas mesas para quatro pessoas. "Estamos sempre vazios, podem se sentar em qualquer uma dessas e ficar a vontade. A comida não é boa, sugiro o café e o pão francês com manteiga" - aproximou o rosto da gente e continuou: "o resto é um grande caminhão de bosta. Está tudo estragado pelo calor!". Esperou a nossa troca de olhares. Pão com manteiga e café, por que não?
Logo que ela deixou a nossa mesa um senhor com cara de louco se aproximou. "Posso me sentar com vocês?" - perguntou o velhote encarando os peitos dela. "É claro que não seu velho tarado. Cai fora daqui agora! Leva essa baba toda e esse teu bafo pra outro lugar!" - respondi. Ele me olhou de cima baixo, praguejou qualquer coisa que parecia uma oração indígena ou o diabo a quatro e foi embora. Ela me olhou com indiferença, provavelmente ainda estava com raiva de mim. Não pra menos, eu havia oferecido ela no jogo um dia antes e por pouco não perdi. Tive que começar uma confusão naquele bar imundo pra sair de lá com ela e uns trocados roubados dentro do bolso. Tentei convencê-la de que não entregaria ela de jeito nenhum mas ela não acreditou. Me bateu na cara e prometeu que aquele era a ultima vez que encostava em mim pela próxima semana ou mês. Nada de sexo, nem beijinhos. Só era permitido conversar. Que grande merda.
Chegou o café e o pão com manteiga mais preto que ja vi na vida. "Obrigado". "Denada".
Dei um gole no café. Sem açúcar. Coloquei açúcar. Que droga de café horrível. A lanchonete era mesmo uma espelunca desprezível. Comecei a pensar que a praga do velho ja estava funcionando. Aliás, já estava funcionando antes mesmo de nos encontrarmos aquela manhã. Ficar ao lado daquela mulher com cara de cu a manhã inteira, depois ser obrigado a tomar aquela porcaria de café e sem condição alguma de comer aquele carvão que chamavam de pão na chapa. Ja estava puto, com a raiva escorrendo pelas orelhas. Precisava aliviar as tensões e com certeza não seria com a mulher que me acompanhava. Olhei ao redor. Reparei que a garçonete ostentava um bigode viril que não tinha notado antes. Impossível sentir desejo com aquilo. Juro que não sei como não notei antes, era de dar náuseas. Continuei procurando. Vi algumas famílias unidas e infelizes. Desisti de me aliviar daquele jeito. Olhei pra ela, na minha frente. "Vou mijar!" e fui ao banheiro sem esperar qualquer resposta.
Porta vai-e-vem. Odeio essa merda. Odeio esse lugar. "Odeio você" - falei olhando pro espelho. Me abaixei pra lavar o rosto e ouvi ao fundo uma risada, depois uma tosse de um pulmão canceroso. Virei assustado e dei de cara com o velho da mesa. "Filho da puta." - falei pra dentro. "Que figura desprezível você é!" - ele começou. "Sentindo pena de si mesmo... eu, velho que sou, nunca tive dó de mim! Nunca duvidei do homem que sou...". O primeiro soco pegou no nariz do velho. "Ai ai ai" - ele gritava. Dei outro e mais outro. Ele caiu no chão. Chutei a cabeça e a barriga sem nenhuma dó, afinal, só sentia dó de mim mesmo. "Sente piedade de si mesmo agora, seu velho maldito!". Dei um último chute que acertou o velho nas bolas. Acho que ouvi um gemido. Parei pra olhar a situação, ofegante. Havia muito sangue. Ele não gemia mais.
Voltei pra frente do espelho. "Odeio você" - retomei o raciocínio respirando fundo. "Andando de um bar pro outro, de uma lanchonete pra outra e é sempre a mesma coisa!". Comecei a lavar as mãos com fúria, o sangue escorria pelo ralo da pia. "De um bar pro outro... De uma lanchonete pra outra". Lavei o rosto. Me olhei de novo. "EU TE ODEIO SEU FILHO DA PUTA SEM COSTUME!". Saí do banheiro apressado. Cheguei ao lado da mesa. "Vamos embora!". Ela me olhou com desdém. "AGORA!". Se levantou, passou esbarrando em mim e atravessou a porta em direção a rua. Fui atrás, depressa. "A conta" - gritou a garçonete. "Não vou pagar por esse lixo que vocês chamam de comida". Ouvi aplausos de uma das famílias antes de ganhar a rua. Entrei no carro, ela ja estava me esperando. Pisei no acelerador e dirigi por alguns quilômetros até estar longe daquele lugar.
A vida voltou a seguir seu rumo. "Vou parar no posto" - falei. "O tanque está cheio" - ela retrucou. "Eu vou mijar, não posso?". "Você acabou de mijar na porra da lanchonete e ja vai mijar de novo? Tá gravido seu...". "Voce não da conta de me esvaziar o saco então eu tenho que fazer isso por ai, sozinho! E gostosa desse jeito só me da mais vontade.". Ela escondeu um sorriso. Parei o carro. Desci. Entrei no banheiro e dessa vez mijei. Quando voltei nem ela nem o carro estavam mais lá. "Eu sou um imbecil!" - murmurei. Não devia ter pago a porcaria do IPVA. Caía a tarde. Fez frio naquela noite.
sexta-feira, 20 de maio de 2011
Em branco
Não sinto falta daquela época.
Não sinto falta de Guimarães Rosa.
...
E então folha em branco, vai colaborar? Eu pergunto. "Não inteiramente - ela diz. Ainda faltam muitas linhas, meia página pelo menos. Você mal escreveu um parágrafo, seu imbecil!". A folha em branco me xinga como gente grande. Ela brinda a minha derrota com as folhas de trás e debocha o meu branco criativo.
Não consigo criar nada.
E a folha continua brincando, 'bran-cando', e me encarando de frente escondendo todas as vidas e loucuras que ali poderiam ser criadas.
Maldita folha em branco. Maldito branco criativo.
...
Tento rabiscar qualquer coisa. Ela apaga.
Desenho. Ela reprova, se amassa e ameaça se jogar no lixo.
...
Ela não aceita o meu trabalho de jeito nenhum e vejo que preciso me esforçar mais. Vejo que por enquanto é ela quem manda, mas isso tem que mudar. Vejo que ela se dobra, se vira, se desvira, vira aviãozinho mas não quer saber de mim.
Preciso me livrar dela, decido. Aliás, do branco dela. Transformá-la em folha usada, escrita, como eu.
Começo a me olhar por dentro. Vasculhar o meu eu. Percebo então que estou escrito, rabiscado pelo mundo, cheio de corretivos que escondem as atrocidades gramaticais da vida que escrevi com navalhas sobre os punhos. Vejo que a folha precisa ser como eu, precisa ser eu. Vejo que ela deve ser na verdade um espelho que reflete a minha face, a minha vida.
Mas como? Como?
...
Me perco em pensamentos, vôo em devaneios. Fico distante por um tempo.
3, 2, 1
...
Volto à superfície cheio de idéias, criativo, embriagado pelo que encontrei. Olho para a folha querendo rasgá-la, escrever em vermelho tudo o que vi. Fico cego de novo, escrevendo feito um louco desvairado sem parar nem mesmo pra respirar ou colocar uma vírgula nas devidas malditas pausas que o pofessor la de sei lá que ano ensinou. Não paro, não consigo parar, não quero parar, não vou parar... eu respingo suor.
...
Volta a visão.
Observo, exausto, com os punhos doendo. Um de escrever, o outro de apertar o canto da mesa.
...
Enfim, me vejo inscrito na folha em letras tortas e desesperadas, escritas com a sede de um grande desabafo. Me vejo tatuado naquela folha, antes em branco e agora exibindo ao mundo as minhas entranhas. Me vejo ali, aberto, nu em cima dela. Ela, feito uma mulher que me recebeu em suas linhas e que agora tanto me conhece e eu ainda nada sei sobre ela.
Eu que sempre quis saber tudo sobre essa maldita folha, descobri nela o que ha em mim.
Não sei se gosto.
Talvez por isso ela me assuste tanto, a folha em branco.
Querer saber demais. Querer demais. É o preço que se paga pelas próprias idéias.
Agora estou exposto, decidido a ficar exposto. Afinal, quem escolhe apertar o botão sou eu e é exatamente o que farei.
Publicar. Tornar público a minha vitória sobre a folha. Tornar pública a minha vida.
Mas...
...
Agora que ela se mostrou pra mim, mostrou o que ha dentro de mim, eu percebo...
Sempre preferi uma folha em branco.
quinta-feira, 12 de maio de 2011
A inevitável consequência do ser
Deito na cama e olho para o teto. Tem um buraco. Um buraco pequeno e mal feito, de algum vazamento talvez. Em volta, uma grande bolha escura e feia.
A inevitável consequência do ser é deixar de ser. Penso.
Quero compartilhar isso. Penso também. Gostaria de escrever um livro para compartilhar isso e tudo o que penso. Penso.
Se escrevesse, gostaria que meu livro fosse um bom livro, que não fosse um livro desses de estante. Talvez que retratasse um instante. Assimilo. Um bom instante, um momento da minha vida ou de alguma vida diferente.
Gostaria de inventar personagens para este livro, mas não tenho jeito com as palavras. Nem com as pessoas. Nem com os livros.
Eu mal leio pra dizer a verdade, imagine escrever. Argumento comigo mesmo.
Pego o último cigarro. Do maço. Definitivamente não da vida. A vida é longa demais pra eu dizer isso.
Passo entre os dedos. Cheiro. Apoio no canto da boca. Não acendo.
A vida é tão longa que fumo para encurtá-la. Não preciso de mais tempo do que já tenho. Penso. Repenso. Não preciso mesmo, não faço nada o tempo todo.
A não ser, ser. Isso eu faço o tempo todo. Sou o que o momento me pede. Sou filho, sou marido, sou pai. Sou eu.
Talvez devesse escrever sobre o meu ser em algum desses momentos. Seria um personagem, num instante da minha vida. Talvez alguém se interesse por isso. Ou não. Argumento de novo.
Acendo. Não penso em nada por um instante. Esqueço de tragar. Apenas encaro o buraco no teto. A visão embassa, o dia escuresse. Por um momento, inconsequente, deixo de existir. Por um momento, antes de voltar a ser o que sou, visito o inferno na consequencia intrinseca ao ser. Por um instante, deixo meu corpo pela terra descer. Deixo, por um instante, de ser. Assimilo. Permaneço assim por alguns minutos, talvez horas.
...
Volto a mim. Um novo ser.
Talvez eu devesse escrever sobre isso.
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
Mas que gato gordo
Even if it's easy to be free
What's your definition of freedom?
And who the fuck are you, anyway?
Who the fuck are they?
Who the fuck am I to say?
What the fuck is really going on?
How did the cat get so fat?
Why does the family die?
Do you care why?
'Cause there hasn't been a sign
of anything gettin' better
in the ghetto
People's fed up
But when they get up
you point you're fuckin' finger
you racist, you bigot
that's not the problem, now is it?
Its all about the money, political power, lets take it.
Protectin' the rich, denying the poor.
yeah they love to watch the war from the white house and I wonder...
How can they sleep at night? (x2)
How did the cat get so fat?(x4)