terça-feira, 3 de novembro de 2009

Na rua sete

Ela abre a boca pra cantar. Alguns segundos depois alguém grita que está uma merda, que ela não serve para isso. Ela continua. Aos poucos as pessoas vão parando pra ouvir, até que alguém se levanta com as mãos na boca. Estão todos começando a ficar impressionados. O que era aquilo, afinal? Naquele barzinho empoeirado, esfumaçado, desorganizado e agora: impressionado. Os copos de bebida pendiam nas mãos se seus bebedores. O atendente ficou atônito, fez cara de que aquilo não podia estar acontecendo. Não ali. Mas estava. E ela então cantou mais alto e mais alto e continuou cantando, alí, no barzinho da rua sete, aquela música que dizia mais do que se podia ouvir.

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