Acordo tarde na minha cama
Vou à sala, é tudo tão calmo
Tomo um café feito por mim
E antes de tentar falar, me calo
Ela está lá, sempre tão perto
De mãos dadas ao silêncio
Não me preocupo em encontrá-la
Ela está só, não sabe o que penso
Ele também, só observando
De minhas entranhas se consumindo
Aos céus olhando e pra ele gritando
Eu, como um animal, busco abrigo
Ela é a falta, que eu sempre sinto
Ele é o tédio, comigo brincando
Os dois juntos são minha sina
Nas férias de verão, de fim de ano
Dedico então a eles a rima
Na falta melho do que oferecer
Ficou uma bosta, eu sei eu sei
Mas por hoje é o melhor que posso fazer
Filippe, como vc sabe, sou o Pitaqueiro. E, para fazer juz ao nome, tomei a liberdade de modificar seu poema, transformando todos os versos em decassílabos em rimas alternadas. Sei que não tenho nada a ver com o tema que vc escreveu, mas vá lá. Ainda bem que vc não está em São Carlos pra me bater. Essa minha obsessão por métrica ainda me trará problemas, rs. Falou!
ResponderExcluirAcordo bem tarde e saio da cama
Vou à sala, não há nenhum abalo
Meu café ainda é água na chama
E, antes de tentar falar, eu me calo
Ela está lá, quieta, sempre tão perto
De mãos dadas, bem íntima consigo
Não me atenho em encontrá-la, decerto
Ela está só, não quer papo comigo
Ele também, fica ali, só observando
De minhas entranhas se consumindo
Aos céus olhando e para ele gritando
Eu, qual animal, me pego fugindo
Ela é a falta, da qual sempre sinto
Ele é o tédio, comigo brincando
Ambos assim são, pois, meu labirinto
Nas férias de verão me atormentando
Dedico então a eles estes versos
Na falta de melhor coisa ofertar
Ficou uma bosta, motes dispersos...
Mas hoje foi só o que pude cagar
(o último verso ficou legal, não ficou?)