domingo, 27 de dezembro de 2009

Ao tédio com carinho

Acordo tarde na minha cama
Vou à sala, é tudo tão calmo
Tomo um café feito por mim
E antes de tentar falar, me calo

Ela está lá, sempre tão perto
De mãos dadas ao silêncio
Não me preocupo em encontrá-la
Ela está só, não sabe o que penso

Ele também, só observando
De minhas entranhas se consumindo
Aos céus olhando e pra ele gritando
Eu, como um animal, busco abrigo

Ela é a falta, que eu sempre sinto
Ele é o tédio, comigo brincando
Os dois juntos são minha sina
Nas férias de verão, de fim de ano

Dedico então a eles a rima
Na falta melho do que oferecer
Ficou uma bosta, eu sei eu sei
Mas por hoje é o melhor que posso fazer

Um comentário:

  1. Filippe, como vc sabe, sou o Pitaqueiro. E, para fazer juz ao nome, tomei a liberdade de modificar seu poema, transformando todos os versos em decassílabos em rimas alternadas. Sei que não tenho nada a ver com o tema que vc escreveu, mas vá lá. Ainda bem que vc não está em São Carlos pra me bater. Essa minha obsessão por métrica ainda me trará problemas, rs. Falou!



    Acordo bem tarde e saio da cama
    Vou à sala, não há nenhum abalo
    Meu café ainda é água na chama
    E, antes de tentar falar, eu me calo

    Ela está lá, quieta, sempre tão perto
    De mãos dadas, bem íntima consigo
    Não me atenho em encontrá-la, decerto
    Ela está só, não quer papo comigo

    Ele também, fica ali, só observando
    De minhas entranhas se consumindo
    Aos céus olhando e para ele gritando
    Eu, qual animal, me pego fugindo

    Ela é a falta, da qual sempre sinto
    Ele é o tédio, comigo brincando
    Ambos assim são, pois, meu labirinto
    Nas férias de verão me atormentando

    Dedico então a eles estes versos
    Na falta de melhor coisa ofertar
    Ficou uma bosta, motes dispersos...
    Mas hoje foi só o que pude cagar






    (o último verso ficou legal, não ficou?)

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